Eu não concordo com muitas das ideias que Luis Von Ahn promove, mas é inegável seu sucesso como empresário. Ele é uma mostra do que os guatemaltecos podem lograr nos Estados Unidos, um país longe de ser perfeito, mas cheio de oportunidades.
Luis Fernando Salazar Rosas
Meu interesse por aprender um terceiro idioma foi estimulado por a visita de Luca, um amigo espanhol que fala mais linguagens que o próprio Papa. Logo da sua viagem para a Guatemala, pensei na importância de conhecer idiomas como uma nova forma de comunicar-me e de desenvolver minha carreira profissional. Decidi escolher o português, pelo menos para começar, porque desde já um tempo atrás percebi a importância que o Brasil tem nos mercados mundiais para muitos setores económicos. Além disso, com uma população de mais de 200 milhões de pessoas, sendo o maior país da região, é interessante que nós como latino-americanos não temos um relacionamento mais perto com nosso imenso vizinho.
Recentemente, terminei o curso completo de português no Duolingo. Depois de mais de sete meses de praticar todas as semanas por trinta minutos diários, completei as sessenta e nove lições com cinco estrelas. Agora, eu sinto que posso comunicar pensamentos simples e não tão simples. Também, entendo um pouco melhor as famosas canções de sertanejo e bossa nova.
Começar um novo idioma pode ser muito difícil, sobretudo pelo tempo limitado que temos no dia a dia. Mas, se tomamos um dos conselhos de Jordan Peterson no seu livro “12 Rules for Life”, é possível mudar um comportamento ou completar uma meta se decidimos fazer pequenas ações constantes que pouco a pouco nos ajudem a cumprir o nosso objetivo, ao invés de pensar só em sentir-nos obrigados a realizar grandes façanhas difíceis de alcançar. Isso foi o que eu fiz este ano; decidi cada dia praticar meia hora, evitando pôr escusas para iniciar, sendo uma lição que pode ser usada para completar muitas coisas pendentes.

Felizmente para as pessoas que gostamos das relações internacionais e os intercâmbios culturais, Luis Von Ahn, um compatriota guatemalteco, teve a brilhante ideia de criar uma aplicação que fizera mais fácil a aprendizagem de idiomas. Duolingo, uma empresa fundada em 2011, é uma ótima ferramenta para obter os conhecimentos básicos de um idioma. Nove anos depois, de acordo com a Wikipédia, Duolingo agora tem cerca de 300 milhões de usuários, com 97 cursos em 38 idiomas.
O melhor é a oportunidade de ter acesso livre a todas as unidades. Se você não quer pagar (assim como eu), é possível completar o curso vendo os anúncios ao final de cada lição e tendo cinco vidas que são reabastecidas cada vinte e quatro horas. Se você prefere, pode pagar uma versão plus que permite não ter que olhar os anúncios e ter vidas ilimitadas.
Eu não concordo com muitas das ideias que Luis Von Ahn promove, mas é inegável seu sucesso como empresário. Ele é uma mostra do que os guatemaltecos podem lograr nos Estados Unidos, um país longe de ser perfeito, mas cheio de oportunidades. A mensagem que quero compartir hoje é que Guatemala precisa de mais histórias como as de Duolingo. Não é impossível ter um país prospero se tomamos os princípios que fazem da maior economia do mundo o que é.
O nosso país precisa de um respeito pelas liberdades e os direitos individuais, além da defesa da propriedade privada; melhores condições para investimentos estrangeiros; e regulações laborais flexíveis. É um erro achar que o coletivismo e o poder estatal sem limites são as respostas para os problemas da Guatemala. Com um acordo nisso, é possível trabalhar por um melhor futuro. Se muitos guatemaltecos são heróis fora das nossas fronteiras, por que não poderiam fazer grandes coisas aqui?
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Imagen destacada: Duolingo